sexta-feira, 17 de maio de 2013

O conectoma e a alma


Recentemente, uma notícia ganhou destaque na mídia; trata-se das pesquisas científicas realizadas na tentativa de se mapear a rede neural (o conjunto das ligações entre os neurônios) do cérebro. Esse mapa seria o conectoma, termo criado em 2005, por Olaf Sporns, professor da Universidade de Indiana – USA.
Sebastian Seung, um dos cientistas líderes envolvidos no projeto, explicou em uma palestra à TED (fundação privada sem fins lucrativos dos Estados Unidos, conhecida por suas conferências destinadas à disseminação de ideias – www.ted.com) que parte dessa rede neuronal é definida pelo nosso DNA; outra parte é definida conforme nossos pensamentos e emoções, ou seja, conforme nossas experiências.
Portanto, se analisássemos em detalhes, veríamos que cada pessoa possui um conectoma único, inigualável, pois cada um de nós tem uma história de vida única. Ao mesmo tempo, essa rede neural não é estática. Ela passa por mudanças, conforme mudamos, ao longo da vida, nossa maneira de pensar e sentir. Portanto, ao longo da vida criamos ou reforçamos certas sinapses (pontos de comunicação entre os neurônios), enquanto enfraquecemos outras.
Com relação à memória, não se sabe, ao certo, onde ela ficaria armazenada no cérebro. Uma das teorias diz que nossas experiências ficam gravadas justamente neste fluxo que passa por nossa rede neuronal, ou, para ser mais exato, na combinação de impulsos eletroquímicos transmitidos de uma célula cerebral para outra.
Mapear o conectoma nos permitirá decifrar muitos enigmas da mente humana, desde as questões mais simples às mais profundas, como as que envolvem a fé e o amor. Além disso, antes mesmo de completarmos o mapeamento de todo o conectoma, poderemos, afirmam os cientistas, usufruir dos seus benefícios no diagnóstico objetivo de doenças mentais.
Hoje, com a tecnologia que temos, os cientistas levariam séculos para completar – considerando que isso seja possível – o mapeamento. Mas, soluções e inovações nas pesquisas têm sido encontradas, o que tem dado um novo fôlego às pesquisas.
Mas o que me motivou a escrever este editorial foi o fato de ter sido publicado, em um artigo da revista Veja, que as imagens do conectoma revelariam a origem biológica do pensamento e das emoções. Bem... do ponto de vista biológico, talvez essa hipótese esteja correta. Porém, no final do artigo, a jornalista afirma – por conta própria – que “a longo prazo, a compreensão completa das ligações e da lógica de funcionamento do conectoma será suficiente para explicar conceitos ‘etéreos’ como a mente e alma.”
De acordo com a visão espírita, a origem dos pensamentos, emoções e sentimentos estaria na alma, no espírito. Existe, hoje, comprovação científica disso? Não. Mas, temos grandes evidências que tornam essa teoria bastante plausível. Quem se interessar, pode começar se informando sobre as pesquisas realizadas por Willian Crookes e Allan Kardec, no século XIX. Além disso, como podemos ter certeza de que o mapeamento do conectoma poderá desvendar o mistério da mente e da alma? A Ciência ainda não aceita, mas também não explica, satisfatoriamente, as psicografias de Chico Xavier, assim como não prova o que são, na verdade, as chamadas Experiências de Quase-morte – EQM.
Portanto, temos que ter cuidado em aceitar certas teorias, vindas tanto da Ciência quanto de doutrinas espiritualistas, inclusive, do próprio Espiritismo. Penso que o correto é termos uma postura investigativa, questionadora, como aconselhou Allan Kardec.
Escrito por Victor Rebelo
PAZ E LUZ! 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Espiritualidade e paz social


Durante séculos a Europa foi palco de muitas guerras, motivadas por disputas políticas ou religiosas. A ambição sem limites de reis e sacerdotes provocava a morte de milhares de pessoas, dificultando cada vez mais o progresso espiritual e social coletivo.
Só na época da Inquisição, imposta pela Igreja Católica, milhares de pessoas foram condenadas à morte.
Já no Séc. XVIII, o movimento Iluminista, que pregava a liberdade, igualdade e fraternidade, acendeu a chama dos ideais democráticos no mundo, ao mesmo tempo em que a Igreja ia perdendo cada vez mais seu poder perante o Estado. Nesta época surge o Positivismo, uma linha filosófica que propõe a soberania da Ciência. Tudo aquilo que não pudesse ser comprovado, segundo os padrões científicos da época, não deveria ser aceito.
No Séc. XIX surge o Espiritismo, uma doutrina espiritualista cuja proposta de Allan Kardec, seu codificador, não era concorrer com as outras religiões, mas servir de ponte entre a Ciência e a Religião. A preocupação de Kardec era preencher certas lacunas, solucionar certas questões e, principalmente, falar sobre espiritualidade para uma sociedade cada vez mais materialista.
Tivemos grandes avanços em termos sociais, como na Medicina, nos meios de comunicação... e tudo isso possibilitou que entrássemos na Era da Informação, onde as barreiras entre os povos se tornam cada vez menores. Mas todo este avanço tecnológico não foi acompanhado por uma evolução no campo espiritual.
É claro que progredimos! Apesar de alguns líderes ainda usarem a Religião como pretexto para se fazer guerras, a humanidade, como um todo, melhorou muito. Mas ainda vemos muita indiferença, muita valorização dos bens materiais em detrimento dos valores mais profundos da vida. A Medicina se propõe a curar o corpo; a Psicologia ajuda o homem a conhecer a si mesmo, mas e com relação à busca por um sentido mais profundo da vida, como faremos? Somente com valorização da espiritualidade, inerente a cada um de nós, independente do rótulo religioso, poderemos encontrar as respostas e o caminho para uma vida mais plena.Temos todo um Potencial divino e precisamos manifestá-lo em nossas vidas.
As revoluções sociais e as reformas políticas transformam a sociedade somente na superfície, mas as verdadeiras transformações ocorrem de dentro para fora. Quanto mais nos reconhecermos como espíritos imortais, manifestações do Todo, Absoluto e Transcendental (e não importa se O chamamos de Deus, Allah, Jeová, Tupã, Brahman...) maior será nossa percepção de que existem outros planos mais sutis da existência, pois a vida é eterna.
Só então conquistaremos a paz e a harmonia social que tanto sonhamos.
Escrito por Victor Rebelo   

Paz e Luz!

sábado, 4 de maio de 2013

A jornada interior


A maioria das pessoas reage de forma automática diante de certas situações que surgem na vida. Isso é natural e saudável em determinadas circunstâncias. Por exemplo: se vemos, de repente, algo ameaçador diante de nós, nossa reação instintiva é nos preparamos para lutar ou fugir.
Até mesmo o nosso corpo responde biologicamente a esse tipo de estímulo; nosso batimento cardíaco, nosso processo respiratório... tudo se altera. Até aí tudo bem. O problema ocorre quando essa situação de estresse (tensão) persiste e toma um tamanho desproporcional e fora da realidade.
Essa falha de percepção e compreensão das circunstâncias da vida também nos leva a julgarmos os outros, condenando-os de acordo com os nossos valores morais, ainda que nossos valores não sejam lá grande coisa...
Além disso, aprendemos, desde a nossa infância, que vivemos em um mundo competitivo onde cada um deve agir por si se quiser vencer na vida. E assim vamos vivendo, dia após dia, semana após semana. No domingo mesmo já vamos dormir tristes, ansiosos, temendo a terrível segunda-feira. Isso porque o trabalho, para maioria, não significa autorrealização, mas uma forma de sobrevivência. Nos preparamos para um dia que será de competição e não de cooperação. Seja na empresa, na escola, muitos se sentem na obrigação de estar o tempo todo provando sua capacidade. E, assim, nos armamos contra o que consideramos ameaçador, julgando e condenando aqueles que nos ferem e nos sentindo cada vez piores, por mais que tentemos fugir dessa dor interior através das distrações comuns, que alienam... no consumismo daquilo que não precisamos, ingerindo aquilo que agride nosso corpo e por aí vai.

Chega! Pare de viver essa vida robotizada! Pare de viver nessa turbulência emocional, com respostas condicionadas diante das situações que surgem na sua vida. Comece agora mesmo a sentir esse “mundo” que existe dentro de você, essa alma que grita por amor, por afeto; essa inteligência que busca se desenvolver, criar... Onde estão seus sonhos? Você é uma pessoa que vive para se realizar ou apenas sobrevive num mundo caótico de seres humanos frustrados?
Você pode ser feliz! Vamos começar agora essa jornada de autoconhecimento e realização? 

Então, o primeiro passo é voltar-se para dentro de si. Comece percebendo sua respiração, relaxe os músculos, diminua as tensões... inspire e expire o ar profundamente e com calma, sem forçar. Depois, comece a se autoperceber. O que está sentindo, o que está temendo, o que passa pela sua cabeça quando está distraído... Não julgue nada, não racionalize nada, não critique... apenas perceba. A análise pode vir em outro momento. Deixe para refletir quando estiver sereno. Primeiro, apenas perceba o momento presente, a realidade do agora. 

Quando você ultrapassa as barreiras da mente, dos desejos superficiais, dos julgamentos, das carências... enfim, do ego, percebe uma voz que fala através do silêncio. É um vazio que preenche a tudo e só pode ser percebido quando você entra nesse estado de serenidade e paz interior. Neste momento, não vale a pena mais nada, a não ser o amor universal e impessoal.

Este é o primeiro passo. É a jornada que o filho pródigo faz de volta à casa do Pai. É a reintegração com o seu Eu Interior, na busca pela sua natureza de Buda ou do Cristo interno que você é, de verdade. 

Escrito por Victor Rebelo

Paz e luz!