sábado, 21 de abril de 2012

A importância do médium desiludir-se de si mesmo


Jesus, ao despir-se do seu manto para secar os pés dos apóstolos, mais uma vez exercita a humildade, anulando o seu ego em favor de exemplificar a conduta evangélica. Logo seu corpo transitório estaria crucificado e seu espírito imortal no verdadeiro Reino de Deus.
Médiuns... fazendo a caridade?

Ser médium! Será que sempre que saímos de um centro espírita após recebermos um passe ou consulta de alguma entidade, deixando  por lá invariavelmente parte de nossas angústias cotidianas, nos passa pela cabeça todos os conflitos e peculiaridades que permeiam as vidas pessoais dos médiuns que ali trabalham ou especificamente daquele que acabou de possibilitar nosso atendimento?

O exercício da mediunidade na maioria dos casos passa por inúmeras fases: as perturbações normais da mediunidade latente e não desenvolvida, a busca muitas vezes penosa por um local que nos passe afinidade para trabalhar, as primeiras experiências e sensações com as vibrações dos guias, o período das incorporações ainda não bem "encaixadas" em que a dúvida quanto ao animismo é uma constante e finalmente o intercâmbio mediúnico já maduro e bem sintonizado com as entidades de trabalho. Todas estas etapas são monitoradas e requerem uma ação constante do plano espiritual no sentido de irem preparando, ajustando e otimizando o aparelho mediúnico tanto do ponto de vista de adequação dos centros energéticos quanto no sentido psicológico.

Durante toda esta caminhada é justamente no campo psicológico que o médium enfrenta os maiores desafios os quais por vezes determinam o êxito ou não de chegar e principalmente de permanecer na fase de trabalho efetivo. Primeiramente deparam-se com o desconhecido, vivenciando experiências auditivas,visuais, intuitivas, de mudanças de humor e sentimentos, entre outras manifestações comuns da mediunidade. Nesta fase, infelizmente devido ao fato da ciência não andar em paralelo com a espiritualidade, muitos médiuns com excelente potencial de trabalho acabam vítimas de medicações psiquiátricas, terapias intermináveis e em casos mais ostensivos até mesmo de internações em instituições para tratamento mental. Aqueles que tem a felicidade de serem orientados ou a persistência de procurarem auxílio adequado, acabam tendo o primeiro contato com algum centro espiritualista que irá descortinar para eles a realidade do plano espiritual e do compromisso mediúnico. Uma vez cientes de suas condições potenciais de medianeiros, tem início a fase de negação, revolta ou soberba por esta condição. Para alguns é motivo de inconformismo pelo não entendimento de ter sido uma opção pessoal de seu espírito no período entre as encarnações. Para outros é um gancho para manifestação de personalidades egocêntricas que encontram campo fértil para serem reveladas. Para os que conseguem encontrar o "caminho do meio" entre estes dois extremos ficam lançados à sorte de se engajarem em um local de trabalho que viabilize as condições de um adequado desenvolvimento mediúnico. Este período mexe muito com o psicológico da pessoa, pois também é uma fase de assédio intensivo e voraz da baixa espiritualidade que aproveita a inconsistência e imaturidade das convicções e da fé dos candidatos a médiuns que ainda estão assimilando as mudanças e a realidade do compromisso a ser assumido. Certamente mais uma parcela significativa é aí eliminada tanto pela ação espiritual negativa quanto pela escassez de locais adequados que absorvam este contingente de candidatos. Aos que lograrem êxito de permanecerem firmes no seu propósito, tem início o novo desafio de lidarem com o período de desenvolvimento da mediunidade, sem que haja a perda do equilíbrio que se faz necessário. Havendo convicção firme no propósito de se manter na seara mediúnica com fé irrestrita no plano espiritual, o assédio da baixa vibração diminui, mas pode se fazer presente o pior vilão e inimigo número um dos médiuns: o próprio ego insuflado pela vaidade. Este sentimento sorrateiro, ao encontrar condições favoráveis, vai tomando vulto e no momento em que se abre uma brecha no equilíbrio mental e emocional do medianeiro, certamente haverá de se manifestar, podendo assim determinar a impossibilidade do prosseguimento nos trabalhos até que o trabalhador recupere a harmonia perdida. Para alguns menos persistentes encerra-se aí a caminhada enquanto outros tantos resolvem prosseguir em "carreira solo" por entenderem não ser seu o problema e sim do centro aos quais estiveram ligados.

Realmente preocupante é quando nós médiuns nos consideramos indispensáveis e imaginamos que nossa presença na corrente é fundamental. Afirmamos que fazemos a caridade e entendemos que desta forma estamos garantindo nossa evolução espiritual, independente da maneira como assimilamos este compromisso no mais íntimo de nosso espírito.
Consideramos que estar disponível semanalmente para o plano espiritual nos garante no mínimo uma passagem ao largo do umbral no momento do desencarne. Muitas vezes esquecemos a verdadeira maratona a qual submetemos os amigos da espiritualidade que se comprometeram com nossa tutela a fim de que ao chegar o dia da gira possamos ao menos estar em mínimas condições para que sejamos aproveitados nos trabalhos. Isto sem contar a verdadeira "lavagem expressa" pela qual passa nosso perispírito naqueles minutos que antecedem a abertura dos trabalhos, removendo assim toda sujeira energética que permitimos que vá se aderindo no decorrer da semana, seja pela nossa invigilância de pensamentos, seja pelas companhias pesadas às quais nos permitimos ou até mesmo por termos um papel programado de mata-borrão no ambiente familiar ou profissional. Muitas vezes ao experimentarmos aqueles momentos de letargia anteriores as aberturas dos trabalhos preferimos pensar que estamos servindo de doadores de ectoplasma para benefício da assistência quando na verdade estamos sendo nós os beneficiados, exigindo dos amigos desencarnados no preparo da própria corrente mediúnica a perda de um tempo precioso que poderia estar sendo utilizado com os consulentes.
Vendo a questão por este ângulo, será que de fato semanalmente estamos mesmo fazendo a caridade com a assistência ou somos nós, os próprios médiuns, os maiores beneficiados com os trabalhos por termos a oportunidade de, em virtude da reunião de todos os consulentes que acorrem ao centro,  disponibilizar nosso corpo físico para ação dos falangeiros do Cristo que ao final dos trabalhos nos devolvem o mesmo absolutamente equilibrado e livre de todas as energias nocivas que vamos agregando no dia-a-dia? Será que somos nós que fazemos de fato a caridade ou é a assistência que indiretamente a faz conosco?
Aproveitando uma passagem de um livro que li recentemente parafraseio a orientação de um espírito amigo que ao ser questionado se um médium que em determinado dia não pudesse dar passividade aos espíritos por não estar equilibrado, poderia se sentir rebaixado por auxiliar em outras atividades: “Daí a importância do médium desiludir-se de si mesmo. Se o médium tem consciência de sua condição espiritual, sabe que é um verme que rasteja, sendo assim não se sentirá rebaixado porque não há como rebaixar mais que isso (Espírito José de Moraes)”. Até mesmo Chico Xavier ouviu algo muito parecido de seu mentor Emmanuel. Fica para reflexão.··.
Autor desconhecido.
PAZ E LUZ!

domingo, 15 de abril de 2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Espiritualidade - Faça a diferença!


Para você, o que significa ser espiritualista? Sabemos que existe algo além da matéria, que o espírito transcende o corpo, e tudo mais, mas e daí? Como todo este conhecimento influencia sua vida?
Vivemos uma crise generalizada de valores. Em nosso cotidiano, somos o tempo todo “bombardeados” por ideias e sugestões que despertam cada vez mais o lado obscuro de nossa personalidade. Atitudes que deveriam ser comuns entre as pessoas, como o respeito, a caridade e a compaixão, dificilmente são vivenciadas.
A maior parte daquilo que chega até nós através da mídia, em vez de ser uma proposta de educação da alma, no sentido mais profundo do termo, é um verdadeiro convite ao despertar das paixões inferiores, responsáveis por tanta violência e sofrimento no mundo. E então... qual é o nosso papel diante deste quadro?
Proponho uma reflexão acerca de nossas atitudes como espiritualistas, com relação aos ideais que defendemos, à comunidade religiosa que convivemos e como vivenciamos tudo isso na sociedade como um todo.
Pra começar, devemos evitar todo tipo de excesso. Fanatismo religioso e arrogância intelectual são sinais de falta de espiritualidade. Muitos espiritualistas desfilam como enciclopédias ambulantes, citando nomes e mais nomes de filósofos e sábios, ou trechos e mais trechos de obras doutrinárias decoradas, com a mente abarrotada de informação e o coração vazio de amor. Vangloriam-se do conhecimento acumulado, mas não percebem a vaidade e ilusão em que estão vivendo. Defendem a supremacia de sua doutrina sem saber que podemos aprender com os ensinamentos de todas as religiões. Não sabem que a essência de todas elas é a mesma, o que muda é apenas a forma, os cultos, de acordo com a cultura dos povos. Em vez de compreenderem a profundidade daquilo que defendem, fazem de seu modo de entender a única verdade.
O espiritualista perante a sociedade
Muitos não têm noção de como os centros espíritas, igrejas, sinagogas, mesquitas, templos de umbanda, etc. são importantes, e nem imaginam a profundidade dos trabalhos espirituais que neles são realizados. São verdadeiros hospitais da alma, onde complexos dramas obsessivos e perturbações de toda ordem são sanados. A maioria dos frequentadores não percebe o que acontece nos “bastidores”, onde os espíritos que respondem pelos trabalhos socorristas da casa atuam de forma abnegada.
Imperfeitos, mas com boa vontade, nós precisamos vencer a timidez e o comodismo e nos unirmos acima dos rótulos religiosos, manifestando por meio de palavras, e sobretudo, pelo comportamento, os ideais em que acreditamos.
Precisamos reavaliar nossos valores e propormos, de forma sutil e sem violência, mas com confiança, uma reavaliação de valores àqueles que convivem conosco fora da nossa comunidade religiosa, interagindo de forma mais atuante na sociedade, formando opiniões e propondo reflexões, sem proselitismo. Podemos oferecer um conselho àquele que passa por uma provação; propor um livro ao que não sabe como ocupar a mente de forma saudável ou até mesmo convidar um colega a assistir a uma palestra em um centro espírita... buscar auxílio no templo de umbanda... ou meditar no templo zen budista. O que não podemos, é sermos indiferentes!
Escrito por Vitor Rebelo

PAZ E LUZ!





sábado, 7 de abril de 2012

O problema das drogas


A nova lei nacional de entorpecentes, que causou polêmica em seu trâmite no Congresso Nacional, ocupou bastante espaço nas manchetes devido aos vetos da presidente. Das diversas mudanças propostas, sem dúvida a mais discutida foi questão da descriminação da maconha, com a alteração das penas dadas a usuários e traficantes.
Muita gente opinou. Políticos, advogados, delegados, usuários da droga. No entanto, quase sempre o assunto é tratado de forma superficial. Centralizando a discussão apenas no aspecto penal, evita-se analisar o porque do uso e suas consequências. Não se ouvem os familiares do drogado, os seus amigos não-usuários, os médicos e psicólogos responsáveis por tratamentos contra dependência.
Esta é mais uma demonstração da hipocrisia da sociedade. Se há uma lei que torna o vício um crime, então vamos modificar a lei, para acabar com o crime. Muito mais fácil, claro, do que acabar com o vício. O que, aliás, reflete o estado vicioso, sem trocadilho, da própria sociedade.
Naturalmente que também somos favoráveis a uma diferenciação do tratamento dado ao usuário e ao traficante. Quem se tornou dependente da droga está enfermo. Precisa de ajuda, não de castigo. Precisa da presença carinhosa dos familiares e não da companhia de criminosos comuns numa cela estreita. Precisa de tratamento especializado e não a violência diária da qual será vítima. Da mesma forma, aquele usa, mas ainda não se viciou, se for pego numa batida policial deve ser levado pra casa, não pra cadeia. Qualquer um pode imaginar a humilhação e a mágoa de um pai tendo que tirar seu filho ou filha de trás das grades por causa de um cigarro.
Porém essa postura pede maior responsabilidade. Principalmente da parte dos familiares. Tem sido cada vez mais comum ouvirmos pais e mães declararem-se vencidos na sua tarefa de educar os filhos. Acusam a televisão, as más companhias, o conflito de gerações. Certamente que todos estes fatores, e muitos outros, conspiram contra a harmonia doméstica. Mas, com relação às drogas, o trabalho preventivo deve ser incessante.
Com isso queremos dizer: é preciso centralizar o esforço na educação moral das crianças e jovens. Isto é complicado, sim, por que implica na educação moral de nós mesmos. É difícil falarmos para nosso filho dos riscos do primeiro baseado, quando mantemos um cigarro na boca. Ou alertamos para os problemas da viciação, quando diariamente nossa geladeira está entupida de cervejas. Podemos, certamente, ter as nossas justificativas: afinal, fumar e beber não são crimes. Mas, lembremos, são vícios.
Os vícios são consequências da fragilidade espiritual do indivíduo. Curiosidade (porque cada um quer ter a "sua" experiência), imitação (porque ele "tem" que ser aceito no grupo social), fuga (porque não consegue enfrentar a realidade), exibição (porque quer se destacar), rebeldia (porque tem que afirmar sua personalidade), coerção social ("todo mundo faz"), aventura (porque é "proibido") são alguns dos muitos fatores que levam as pessoas a assumir comportamentos viciosos, tornando-se aos poucos seres dependentes.
Porque são fracos, muitos pais ignoram ou aceitam a fraqueza dos filhos. Quantos não se orgulham de que seus filhos "já" bebem, "já" fumam, "já" se viram sozinhos? Concedem uma falsa liberdade, a fim de que eles próprios estejam livres. Evitam exigir respeito, já que se sabem sem condições de conquistá-lo. Receiam propor disciplinas, que eles mesmos não acreditam.
Não podemos pensar que seja uma questão apenas policial ou política. Porque políticos e policiais, que não estejam amparados por sólidos valores morais, estão colaborando para que a situação permaneça como está, ou se agrave ainda mais. Estamos diante de uma questão psicológica e espiritual. Os usuários de drogas, "pesadas"ou "leves", são Espíritos que trazem em si frustrações e rebeldias, vazios interiores e desmotivação para viver, mágoas e ressentimentos, sentimentos profundamente negativos incorporados ao seu patrimônio espiritual nesta ou em precedentes reencarnações.
Como ensina o Espírito Bezerra de Menezes, qualquer terapia, em relação ao problemas das drogas, deverá levar em consideração uma educação em regime de liberdade com responsabilidade, onde cada um possa exercer seu livre-arbítrio, respondendo por seus atos; a valorização do trabalho como método de afirmar-se na sociedade, em detrimento aos métodos escusos e corruptos que têm sido propostos por esta própria sociedade; a necessidade de viver com comedimento, evitando-se ilusões, sonhos e anseios descabidos; ambientes sadios e leituras edificantes, como antídotos às idéias fabricadas pelos meios de comunicação em massa.
Crime ou não, o uso da maconha deve ser evitado e, dentro da postura que colocamos, combatido. De nada adianta compará-la a outras drogas, ou mesmo ao álcool e ao cigarro, alegando ser mais inofensiva. De nada vale argumentar que a proibição expõe o usuário a maiores riscos porque o segrega da sociedade. Muito menos tentar manter uma vida saudável, a base de vitaminas, para combater o efeito da droga. A "cannabis" tem seu princípio ativo, age desastrosamente sobre o organismo, pode provocar dependência, retira o indivíduo da sua realidade imediata (devido às alterações sensoriais) e custa dinheiro (o que pode incentivar o furto, nos usuários que não se sustentam finaceiramente). Como ensinam os Espíritos, se não é bem, é mal.
Nós - os que não somos ouvidos - pais, amigos que não usam drogas, professores, médicos, companheiros na casa espírita, devemos estar atentos à necessidade de colaboração. Faltam exemplos dignos na Sociedade, faltam orientadores moralizados que possam orientar multidões, faltam inteligências voltadas para o bem geral, faltam administradores que queiram sinceramente resolver o problema. Cabe a cada um de nós fazer o que estiver ao nosso alcance, esclarecendo crianças e jovens dos riscos do vício, combatendo a influência negativa da mídia, assumindo a "caretice" quando necessário, compreendendo a carência de afeto de quem busca a droga, não nos afastando dos que se viciaram.. Praticando, enfim, o saudável exercício da fraternidade.
Escrito por Ely Edison Matos   
PAZ E LUZ!